Bom Pessoal no Post desta semana, estaremos falando um pouquinho da História da Família Gracie, esta que foi a percursora do Jiu -Jiu-jitsu no Brasil,
A
origem de jiu-jitsu
"Há muitas opiniões a respeito da
origem e da terra natal do Ju Jutsu, mas agora se sabe que são meras
suposições, baseadas em narrativas relacionadas com a fundação de certas
escolas ou com alguns registros ou gravuras incidentais, encontrados em antigos
manuscritos, não só no Japão mas, também, na China, Pérsia, Alemanha e Egito.
Não há registro pelo qual se possa estabelecer, de modo conclusivo, as origens
do Ju Jutsu. Seria lógico, porém, admitir que, desde sua criação, o homem, com
seu instinto de autopreservação, teve de lutar pela sobrevivência e, para isso,
foi inspirado a desenvolver uma arte ou habilidades que aprimorassem o
mecanismo do corpo. Em tais esforços, o desenvolvimento pode ter tomado várias
direções, segundo a condição de vida ou circunstâncias tribais. Sendo, porém, o
objetivo final e o mecanismo do corpo comuns a todos, os resultados não
poderiam ter sido muito diferentes uns dos outros. Sem dúvida, essa é a razão
pela qual encontramos, em várias partes do mundo, registros a respeito da
prática de artes semelhantes ao Ju Jutsu e, também, uma falta de registros
acerca de sua origem."
Sensei G. Koizumi, Kodokan 7º Dan
A
conexão gracie
Quando os dias dos samurais chegaram ao
fim, a arma de fogo substituiu a espada, e foram desenvolvidos novos métodos
esportivos para praticar as artes marciais. Finalmente, apareceram no Japão
numerosas e diferentes variações de jiu-jítsu, incluindo-se caratê, aikidô e
judô. Mas faltavam a essas artes as partes essenciais que a arte completa do
jiu-jítsu originalmente possuía.
Essa perda de realidade criou anos de
confusão na comunidade de artes marciais, uma confusão a que o legendário Bruce
Lee se referiria, mais tarde, como a "bagunça clássica". Bruce Lee
era de fato um aluno de judô e, durante sua vida, fez muitos estudos sobre a
luta corporal. Ele criticou as artes marciais tradicionais como sendo
ineficazes. As mais tradicionais escolas de combate estavam simplesmente
praticando técnicas não mais apropriadas para o combate nos tempos modernos e,
sem meios de testá-las com segurança, a prática dessas artes tornou-se algo
parecido como nadar sem água.
Foi só depois que a arte desportiva do
judô e a arte combativa do jiu-jítsu foram ensinadas à família Gracie no
Brasil, que a verdadeira arte do jiu-jítsu ressuscitou. O jiu-jítsu japonês
(praticado como judô) foi apresentado à família Gracie, no Brasil, ao redor de
1914, por Esai Maeda, também conhecido como Conde Koma. Maeda era campeão de
jiu-jítsu e discípulo direto de Kano, na Kodokan do Japão. Nasceu em 1878, e
tornou-se aprendiz de judô (o jiu-jítsu de Kano) em 1897.
Em 1914, Maeda teve a oportunidade de
viajar para o Brasil, como parte de uma grande colônia de imigração japonesa.
No Pará, estado brasileiro da região norte, tornou-se amigo de Gastão Gracie,
empresário influente que ajudou Maeda a estabelecer-se. Para demonstrar sua
gratidão, Maeda prontificou-se a ensinar o jiu- jitsu japonês tradicional a
Carlos Gracie, filho mais velho de Gastão. Carlos aprendeu por alguns anos e, depois,
passou seu conhecimento para os irmãos.
Helio Gracie, o mais novo dos oito filhos
(três eram meninas) de Gastão e Cesalina Gracie, sempre havia sido uma criança
fisicamente delicada: subia um lance de escadas e tinha vertigens, ninguém
sabia por quê.
Aos 14 anos, ele foi morar com seus
irmãos mais velhos, que moravam numa casa em Botafogo, bairro do Rio de
Janeiro, onde ensinavam jiu-jítsu. Por recomendações do médico, Helio passou os
próximos anos limitado apenas a observar as aulas dadas por seus irmãos.
Certo dia, quando Helio tinha 16 anos, um
aluno chegou para tomar aula com Carlos, que havia saído. Helio, que tinha
memorizado todas as técnicas ao assistir seus irmãos ensinando, ofereceu-se
para começar a aula. Quando a lição terminou, Carlos chegou, pedindo desculpas
pelo atraso. O aluno respondeu: "Não se preocupe. Gostei muito da aula com
Helio. Se você não se importar, eu gostaria de ter aulas com ele de hoje em
diante." Carlos concordou, e Helio tornou-se professor.
O
nascimento do gracie jiu-jitsu
Helio logo percebeu que, devido a seu
físico frágil, não conseguia executar facilmente a maioria das técnicas que
havia aprendido ao observar as aulas de Carlos. Com a determinação de
executá-las eficientemente, começou a modificá-las para que se adaptassem à sua
frágil constituição física. Enfatizando os princípios de alavanca e a escolha
do momento certo, sobre a força e a velocidade, Helio praticamente modificou
todas as técnicas e, por meio de tentativas e erros, criou o Gracie Jiu-Jitsu,
o Jiu-Jítsu Brasileiro.
Para provar a eficácia de seu novo
sistema, Helio desafiou publicamente todos os praticantes de artes marciais
mais respeitáveis do Brasil. Participou de 18 lutas, incluindo desafios contra
o antigo campeão mundial peso pesado de luta-livre, Wladek Zbyszko, e o segundo
maior judoka do mundo na época, Kato, a quem Helio estrangulou e deixou
desacordado após 6 minutos de combate. Sua vitória contra Kato qualificou-o
para subir no ringue contra o campeão mundial Masahiko Kimura, quase 35 quilos
mais pesado. Kimura ganhou a luta, mas ficou tão impressionado com as técnicas
de Helio, que lhe pediu que fosse ensinar no Japão, admitindo que aquelas
técnicas que Helio apresentara durante a disputa não existiam no Japão. Era o
reconhecimento do melhor do mundo à dedicação de Helio ao refinamento da arte.
Aos 43 anos, Helio e seu adversário
Waldemar Santana, um ex-aluno, bateram o recorde mundial do mais longo combate
de vale-tudo da história, quando lutaram, incrivelmente, durante 3 horas e 40
minutos, sem intervalos!
Helio, amplamente considerado o primeiro
herói do esporte na história brasileira, também desafiou ícones do boxe, como
Primo Carnera, Joe Louis e Ezzard Charles. Todos recusaram.
Uma lenda contemporânea,
Helio Gracie conquistou aclamação internacional por sua dedicação à divulgação
da arte e da filosofia do Gracie Jiu-Jitsu. Devotado à família, um exemplo de
vida saudável, Helio Gracie foi um símbolo de coragem, disciplina e
determinação, e uma inspiração para todos os que o conheceram.
A
academia
Ainda muito jovem, Helio Gracie aprendeu
com Carlos, seu irmão mais velho, as técnicas japonesas tradicionais de
jiu-jítsu. No final dos anos de 1920, ele começou a modificar essas técnicas
para adaptá-las ao seu físico frágil, com o objetivo de desenvolver um sistema
que lhe permitisse defender-se de adversários fisicamente superiores. Após anos
de aperfeiçoamento, ele provou a eficácia de sua arte ao derrotar
rotineiramente oponentes mais corpulentos e mais fortes, alguns mais pesados do
que ele em até 45 quilos. Resultado: as técnicas de Helio tornaram-se
rapidamente a nova expressão do jiu-jítsu no Brasil e abriram o caminho para
uma revolução nas artes marciais em todo o mundo.
Em 1967, sob a orientação do Grande
Mestre Helio Gracie, praticantes de jiu-jítsu criaram a primeira Confederação
de Jiu-Jítsu no Brasil, para sediar competições recreativas, em que pudessem
testar suas habilidades de autodefesa num ambiente seguro. Uma decorrência não
premeditada desse desenvolvimento foi que o jiu-jítsu para autodefesa foi
substituído por técnicas e aplicações mais desportivas. A excitação e o
divertimento de um campeonato, ligados ao prestígio que acompanha as vitórias
nas competições, motivaram a imensa maioria dos professores a se concentrarem
inteiramente na preparação de seus alunos para os torneios. Eles dedicaram suas
sessões de treinamento ao desenvolvimento de técnicas que os levariam à
vitória, baseadas no sistema de contagem de pontos, regras e categorias de peso
que governavam o jiu-jítsu desportivo. Infelizmente, a epidemia dos campeonatos
teve conseqüências nefastas. Ela enfraqueceu a eficácia da arte, porque a
maioria das técnicas de jiu-jítsu desportivo tinha pouca ou nenhuma aplicação
em uma luta real. Ainda pior: aperfeiçoando as técnicas desportivas, o aluno
freqüentemente desenvolvia reflexos que poderiam ser desastrosamente
contraproducentes em uma situação de autodefesa na rua. Nada disposto a
comprometer os princípios fundamentais de sua arte, Helio retirou-se da
Confederação.
Em 1978, Rorion Gracie, filho primogênito
de Helio, deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos, a fim de
compartilhar as técnicas de seu pai com o resto do mundo. Logo ao chegar, notou
que a maioria dos americanos não reconhecia a eficácia do jiu-jítsu. Mesmo os
que tinham conhecimento de artes marciais confundiam o sistema da família
Gracie com o jiu-jítsu japonês tradicional, que estava presente nos Estados
Unidos desde os anos de 1950. Para ressaltar a distinção entre as duas
disciplinas, Rorion registrou o nome "Gracie Jiu-Jitsu".
Rorion passou muitos anos ensinando em
sua garagem, enquanto fazia uma campanha solitária objetivando abrir os olhos
dos praticantes de artes marciais americanos para a simplicidade e a eficácia
do Gracie Jiu-Jitsu. Ele chegou à conclusão de que, apesar de seus esforços
incansáveis e constantes, precisaria de um meio mais poderoso e visível para
provar a superioridade do Gracie Jiu-Jitsu sobre todas as outras artes
marciais. Para consegui-lo, criou o Ultimate Fighting Championship, ou UFC.
Esse espetáculo pay-per-view de televisão chocou o mundo das artes marciais,
quando seu irmão Royce usou as técnicas simples do Gracie Jiu-Jitsu para
derrotar repetidamente adversários mais corpulentos e atléticos, munidos de uma
ampla variedade de habilidades em artes marciais.
O êxito do Gracie Jiu-Jitsu no UFC
estimulou muitos praticantes do jiu-jítsu desportivo a deixar o Brasil para
tirarem proveito da crescente demanda por instrução no Gracie Jiu-Jitsu. Devido
a restrições legais ao uso do nome registrado "Gracie Jiu-Jitsu",
tais professores começaram a usar o nome alternativo "Jiu-Jítsu
Brasileiro".
A concorrência de professores de
jiu-jítsu desportivo, muitos deles membros da extensa e ampliada família
Gracie, levou à criação de numerosas escolas de jiu-jítsu nos Estados Unidos.
Quase todas proclamavam ensinar o mesmo jiu-jítsu que o Grande Mestre Helio
Gracie havia criado e que Royce empregara no UFC. Na verdade, a maioria
ensinava uma versão modificada da arte, específica para competições esportivas.
Alunos acorreram a essas escolas, esperando adquirir as habilidades realísticas
de autodefesa que haviam visto no UFC, e frequentemente treinavam durante
vários anos até perceberem, desapontados, que aquilo que estavam aprendendo
tinha aplicação muito limitada na rua.
A demanda mundial por
instrução no Gracie Jiu-Jitsu, ou no Jiu-Jítsu Brasileiro, continua a crescer
com velocidade fenomenal – sem regulamentação. Como resultado, muitos
praticantes de jiu-jítsu com níveis de habilidade amplamente diversificados,
abriram escolas para tirar proveito dessa demanda. No melhor dos casos, tais
professores autodesignados são praticantes competentes do jiu-jítsu desportivo.
Na pior das hipóteses, são superficialmente qualificados, carecem de
conhecimento profundo ou são, simplesmente, maus professores. Para enfrentar
essa tendência preocupante, a Gracie Academy lançou o Global Training Program
(“Programa de Treinamento Global”), com o objetivo de perpetuar as técnicas e
os princípios do Gracie Jiu-Jitsu em sua forma mais pura: como método de
autodefesa.
A
dieta gracie
"Depois do divórcio de nossos pais,
Carlos assumiu a liderança entre os irmãos. Primeiro professor e lutador da
família, passou a ser nosso orientador. Quando mostramos nossas habilidades
dentro do ringue como lutadores e professores, Carlos pôde nos confiar outras
tarefas relativas ao ringue e passou a dedicar mais tempo a estudos esotéricos.
Mergulhou numa variedade de assuntos relacionados à mente, ao corpo e ao
espírito.
Carlos logo entendeu a relação
fundamental entre saúde e performance no esporte. Para que estivéssemos prontos
para defender o nome da família contra todos e a qualquer hora, era importante
nos mantermos saudáveis. Essa foi sua maior motivação para se aprofundar no
estudo da nutrição e do efeito dos diferentes alimentos no corpo humano.
Percebendo que alimentos diversos podem causar reações químicas diferentes no
organismo, Carlos focou seus estudos na combinação dos alimentos. Acreditava
que, a cada refeição, os alimentos ingeridos deveriam "combinar" a
fim de desencadearem reações químicas favoráveis. O objetivo principal era
evitar a acidez do sangue para facilitar o processo digestivo, que é a
atividade do corpo humano que requer maior consumo de energia. Embora nunca
tivesse tido uma educação formal em Nutrição, Carlos se debruçou sobre o
trabalho de inúmeros especialistas do mundo inteiro. Usando a si mesmo e a
família como cobaias, dedicou sessenta e cinco anos de sua vida ao
desenvolvimento e aperfeiçoamento da Dieta Gracie. Com o passar do tempo,
testemunhei resultados surpreendentes do seu regime nutricional.
Quando se é jovem, aos vinte, trinta ou
quarenta anos, é difícil sentir os efeitos dos hábitos alimentares indevidos.
Escritas por jovens de aparência saudável, muitas dietas modernas alcançam
credibilidade com base somente na teoria. Mas, se você está com quarenta anos e
começa a seguir a dieta da moda, como vai saber o efeito dela sobre o seu
organismo daqui a trinta ou quarenta anos? É impossível para os gurus de hoje
provar a validade das suas teorias a longo prazo. Eles simplesmente não tiveram
tempo suficiente para isso. O ideal é se informar sobre a dieta de alguém que
conte setenta anos e que tenha seguido tal dieta por pelo menos trinta para,
assim, poder comprovar a validade dos resultados prometidos. Infelizmente, não
existem muitas pessoas saudáveis com setenta anos nos dias de hoje. No entanto,
assim como temos demonstrado a eficácia de nosso sistema de autodefesa com
fatos e não com teorias, sou a prova viva de que a Dieta Gracie funciona. Tenho
seguido essas combinações alimentares por mais de setenta anos e hoje, com mais
de noventa, desfruto de ótima saúde mental e física, o que me permite, entre
outras coisas, continuar a ensinar e treinar.
Quero agradecer a influência positiva que
recebi do meu querido irmão Carlos Gracie, que foi como um segundo pai para
mim. Com ele aprendi os princípios filosóficos e os conceitos sobre saúde que
sigo até hoje, assim como o jiu-jítsu japonês, que me serviu de base para
desenvolver o Gracie Jiu-Jitsu – a arte marcial mais completa do planeta."
Para receber instrução
detalhada, por meio de fotografias, em mais de 100 técnicas de autodefesa e
conhecer a história da Família Gracie e o desdobramento completo da Dieta Gracie
– incluindo tabelas de combinação dos alimentos e uma sugestão de menu semanal
– solicite hoje sua cópia do livro "Gracie Jiu-Jitsu".
Alimentos da Dieta Gracie: